Honda não vai ficar na Formula 1 a partir de 2022. Apesar do sucesso das últimas 2 temporadas com Red Bull e a Alpha Tauri (Antiga Toro Rosso), a montadora Japonesa decidiu deixar a categoria ao final da temporada de 2021, com o objetivo de produção de novas tecnologias para neutralizar a emissão de carbono até o ano de 2050. Uma decisão que pegou a todos de surpresa, assim como foi na temporada de 2008 quando a Honda anunciou a retirada da sua equipe da Formula 1, Nesse caso era por causa da crise Mundial provocada no final daquele ano. Dessa vez a Honda esta deixando a categoria por questões de sustentabilidade.

Com a saída da Honda, só restarão 3 fábricas de motores a partir da temporada de 2022, caso a Red Bull não aceite a estrutura de produção de motores da Honda, para fabricar seus próprios motores, a formula 1 vai ficar em uma situação extremamente critica em relação a esse item. Com apenas Ferrari, Renault e Mercedes fornecendo suas unidades de potência nunca tivemos a categoria com tão poucas opções de motores, com exceção dos anos 60 e 70 onde a Ford Cosworth era a fornecedora da maioria das equipes. Nos anos 80 e 90 tivemos a entrada de várias marcas de motores na categoria, incluindo as fabricas independentes como a Hart e o Judd.

Desde de 2010 a Formula 1 sofre com a escassez de motores. Com a saída de Toyota, BMW e Honda acabaram ficando a Ferrari, Renault, Mercedes e a Cosworth. Em 2013 saiu a Cosworth e em 2015 entrou a Honda como fornecedora de motores para a Mclaren. Após 3 anos de fracassos, a Mclaren e a Honda se separaram e a fábrica japonesa passou a fornecer motor para a Toro Rosso na temporada de 2018, apesar do primeiro ano apagado, o 4ºlugar de Pierre Gasly no Barhein e a evolução do motor durante essa temporada convenceu a Red Bull a usar os motores japoneses.

A Parceria Red Bull-Honda deu a equipe 4 vitórias (todas elas com o Verstappen) e 1 vitória da Alpha Tauri, com o francês Pierre Gasly no GP da Itália desse ano.

A crise dos motores da Formula 1 infelizmente acontece devido aos enormes custos dos novos motores da Formula 1. Uma unidade de potência chega a custar 4 milhões de dólares. Antigamente os motores chegavam a 300 mil reais por unidade.

Opinião:

O fato da Honda deixar a categoria é preocupante, mais ainda quando a não se tem alguma outra fabricante para substituir. Eu me arrisco a dizer que a era das novas unidades de potência acabaram sendo um grande e completo fracasso. Se eu fosse a FIA, eu iria rever essa regra é em um processo mais radical, poderia voltar os motores aspirados de V8 ou até mesmo os V10. Eu não vejo nenhum problema, seriam motores mais baratos para as equipes menores e não acho improvável que esses motores possam alcançar a potência de um motor turbo.

Por excesso de tecnologia, a Formula 1 pode viver uma era de escassez de motores. Isso pode levar a comprometer o nível das corridas por muitas temporadas. Agora é o momento da Liberty Media parar de pressionar o governo a construir o desnecessário circuito no Rio de Janeiro. Se realmente se importa com o espetáculo, que se mexa no regulamento dos motores para ter mais marcas de motores nos próximos anos.

Texto: Deivison da Conceição da Silva
Fotos: Mclaren/Red Bull/F1-Gears/BestLap

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