Dakar 2022 – Avaliação dos pilotos e equipes da categoria Motos

Sam Sunderland: Teve um comportamento muito bom no Dakar. O inglês obteve um desempenho bem regular, mesmo quando não obteve em determinado estágio bons resultados, Sunderland quase sempre ficou na 1ªposição na classificação geral (8 dos 12 estágios). Desse modo, o piloto da Gas Gas conquistou o bicampeonato e coloca o nome da marca espanhola na história dos grandes vencedores do Rally Dakar.

Pablo Quintanilla: Após anos na Husqvarna, o chileno foi escolhido para ser o substituto de Kevin Benavides na Honda. Pelo seu desempenho do Dakar, a contratação foi acertadíssima apesar de não ter levado o 3ºtitulo seguido da Honda e o primeiro título do Dakar na carreira. Apesar de ido mal de 2 das primeiras sessões o chileno se recuperou, venceu 2 estágios e acabou a disputa a poucos minutos atrás de Sunderland e ficou pela segunda vez com o vice-campeonato.

Matthias Walkner: Possivelmente um dos pilotos mais contestáveis pelo menos da KTM apesar de ter vencido um Dakar. O austríaco estava caminhando muito bem na disputa da geral. Seu ponto alto foi ter alcançado a liderança na soma dos tempos na 9ªetapa, mas tudo acabou sendo comprometido pelo resultado muito ruim no 10ºestágio. Esse resultado comprometeu a sua tentativa de vitória. No final, acabou sendo o melhor piloto da KTM na soma dos tempos.

Adrien Van Beveren: O francês estava disposto a levar a Yamaha não só a uma recuperação, mas também para levar a marca a vencer o Rally, algo que não acontece desde 1998. Após o vexame de 2021, tanto a Yamaha como o piloto francês tiveram uma recuperação invejável e sim, Van Beveren teve a chance de vencer o Dakar, chegando a liderar a soma dos tempos na 7ª e na 10ªespecial. Porém, os 2 últimos estágios não foram nada bons para Van Beveren que acabou perdendo a vitória e caindo para o 4ºlugar, repetindo seu melhor resultado que foi obtido em 2017. Um belo trabalho, mas com um final frustrante.

Joan Barreda Bort: Não foi um dos melhores anos para o rápido, mas desastrado piloto espanhol, que tem como a característica ser muito rápido em estágios, mas não era um piloto constante a ponto de disputar o título do Dakar. O espanhol venceu 2 especiais nesse ano (chegando a 29 vitórias em especiais), mas teve atuações ruins e isso não deu a possibilidade para Barreda Bort disputar o título. Porém, deve ser exaltar a sua garra, mesmo depois de ter tido uma lesão durante o Dakar 2022 acabou continuando na disputa e foi recompensado com o top 5 na soma dos tempos, igualando seu melhor resultado, em 2017 com a 5ªposição.

José Ignacio Cornejo: Um jovem piloto chileno que mostra competência, mas ainda não esta no patamar de ser um dos favoritos ao titulo na soma dos tempos. No Dakar desse ano mostra que falta um bom caminho para isso. Apesar disso, Cornejo conquistou vitórias em 2 especiais na segunda metade do Rally, que ajudou muito o chileno a evoluir na classificação geral. Após ficar a maior parte do tempo lutando para ficar no Top 10, Cornejo acabou com uma respeitável 6ªposição, na frente de muita gente boa.

Ricky Brabec: Após o título de 2020 e o vice-campeonato de 2021, ficou claro que o Norte-americano acabou ficando abaixo do esperado. O piloto da Honda teve uma especial desastrosa e isso acabou afetando o seu desempenho no Dakar. Apesar de ter feito bons resultados em grande parte das especiais, mas sem ter conseguido a vitória e com apenas uma terceira posição na 9ªespecial. No final, um estágio ruim acabou rebaixando Brabec da 5ª para a 7ªposição. Fica para 2023 uma melhor exibição do campeão de 2020.

Andrew Short: Quando entrou para disputar seu primeiro Dakar, Short era um estranho no ninho, mas o norte-americano da Yamaha hoje é um piloto já identificado com a Rally mais perigoso do mundo. Apesar de ainda não ter obtido vitórias em estágios. Obteve uma participação regular em 2022, foram 7 vezes no top 10 (2 vezes na 6ªposição como melhor resultado em especial) que o levaram ao seu 3º Top 10 no Dakar e o 2ºmelhor resultado do já outrora piloto de sucesso no AMA Motorcross e que esta se tornando um piloto bem sucedido em Rallys.

Mason Klein: Uma grata surpresa, o norte-americano da equipe BAS (a melhor equipe privada do Dakar) fez uma brilhante primeira participação. Claro que a sua inexperiência, junto de uma equipe que não tem todos os recursos e noviciado acabaram fazendo Klein ter atuações irregulares de um dia para o outro. Mas já na 3ªespecial, conquistou uma grande 3ªposição. Já tinha sido 5ºlugar na 1ªespecial do Dakar e repetiu por 2 vezes essa 5ªposição. Ao final, acabou ajudado pelas punições de Svitko e Santolino para ficar com a 9ªposição na geral, se tornando o melhor piloto de equipe privada e o novato do ano. Assim como Howes, poderá ser puxado para uma equipe de fábrica para o Dakar de 2023.

Toby Price: O desempenho do bicampeão do Dakar foi para esquecer, com algumas especiais terríveis, chegando muito longe dos líderes (ficando fora até mesmo dos 20 primeiros) e ficando tempo o suficiente para não conseguir lutar pelo terceiro campeonato. Apesar da vitória na 10ªespecial e de 2 resultados na segunda posição em especial, Price não mereceu nem chegar entre os 10 primeiros colocados. Acabou ficando em 10º por se beneficiar da punição de Santolino e Svitko. Deixou a desejar o experiente piloto australiano… A se esperar uma melhor apresentação para o próximo Dakar.

Lorenzo Santolino: Após o 6ºlugar do ano passado, o principal piloto da Sherco TVS tinha a missão de levar mais uma vez a fabrica Francêsa/Espanhola para mais uma grande exibição. E pelo que se desempenhou no Dakar, as suas participações nos 12 estágios corresponderam as expectativas e fez um Dakar a altura de ficar entre os Top 10. Santolino só não conseguiu esse resultado por que acabou sendo punido em uma das especiais (assim como Stefan Svitko). Foi o 4ºcolocado em um dos dias mais formidáveis da Sherco no Dakar (na História) e por duas vezes na 5ªposição. Acabou na 11ªposição, mas com uma exibição de muito respeito.

Stefan Svitko: Uma das lendas do Dakar, sem título, o piloto eslovaco teve mais um Dakar com muita regularidade. É um dos mais competitivos pilotos de moto privada e em 2022 não se mostrou diferente ao brigar pelo título dos privados com o norte-americano Mason Klein. Acabou perdendo essa disputa por causa de um estágio ruim, junto de uma punição de 15 minutos, no que acabou fazendo toda a diferença contra o piloto da Slovnaft Rally Team. Svitko apesar do 12ºlugar terminou o Rally Dakar a menos de 1 hora do vencedor. Isso mostrou a imensa competitividade na categoria motos.

Luciano Benavides: O irmão de Kevin Benavides acabou sendo o melhor piloto da Husqvarna, mas muito longe de disputar o título. Na verdade, a marca sueca decepcionou totalmente nessa edição. Primeiro perdeu Pablo Quintanilla que foi para a Honda e acabou contratando um belo piloto, o norte-americano Skyler Howes. Porém, a grande aposta da marca acabou abandonando após um acidente e dai ficou nas mãos de Luciano a missão de liderar a Husqvarna, mas acabou não conseguindo muita coisa na classificação geral, ficando na 13ªposição. O seu melhor momento foi a 2ªposição na 10ªespecial, mas muito pouco para o argentino que já teve resultados entre os 10 primeiros em outras edições do Dakar.

Joaquim Rodrigues: Em uma palavra que define a participação de Joaquim Rodrigues é uma: Superação. Sim, após perder seu cunhado e amigo Paulo Gonçalves. Voltar ao Dakar e conquistar a primeira vitória da história da Hero, pelas suas mãos foi emocionante, principalmente por lembrar do seu amigo que se foi. O Português que foi o primeiro piloto da marca não teve resultados muito consistentes para brigar mais em cima, mas a vitória no 3ºestágio e o 3ºlugar no penúltimo estágio compensou essa irregularidade, levando o português até a 14ªposição.

Xavier De Soultrait: A participação do francês foi bem burocrática, ficou quase sempre entre os Top 20, próximo dos 15 primeiros colocados na geral, mas nada que chamasse a atenção. Tanto é que só conseguiu 1 vez Top 10 em especial (8ºlugar no primeiro estágio do Dakar). Acho até o 15ºlugar muito para o piloto da Husqvarna.

Aaron Hare: Pegou uma missão difícil, acabou substituindo o argentino Franco Caimi que teve uma lesão. O Sul-africano não foi mal não, conseguiu fazer um Dakar decente, até mesmo no começo do evento estava entre os 10 primeiros colocados na geral, mas depois a falta de experiência contou. Hare conseguiu o seu objetivo, chegar ao final do Dakar e ainda por cima chegou muito bem colocado na soma dos tempos.

Daniel Nosiglia: De volta após a ausência em 2021, o principal piloto boliviano fez um Dakar muito bom… Logico que dentro da limitação da moto que ele teve nas mãos. A Rieju, em seu segundo ano aumentou sua equipe e confiou em Nosiglia uma das suas motos, no que se mostrou acertada a escolha do piloto. Sem nenhum top 10, seu melhor desempenho foi o 13ºlugar na penúltima especial, Nosiglia foi o melhor piloto da nova marca, ficando entre os Top 20 com sucesso.

Maciej Giemza: Um dos melhores pilotos de equipe privada do Dakar 2022. Sempre evoluindo na classificação geral e sempre com desempenhos decentes nas especiais. Os seus principais desempenhos foram nos estágios 9, 10 e 11. O polonês conquistou seus melhores resultados, com dois resultados no Top 10 e uma 12ªposição no 11ºestágio. Principalmente no estágio 9, foi quando Giemza ficou nas primeiras posições durante todo aquele dia. Mesmo com ao 18ªposição na soma dos tempos, Giemza foi bem melhor que os pilotos oficiais da Husqvarna, mesmo com uma moto privada da Orlen Team.

Camille Chapeliere: Não chamou muito a atenção pelos resultados (apenas um Top 20 em 2022), mas a consistência do piloto da Team Baines Rally ajudou muito para obter bom resultado.

Juan Pedrero García: Uma das lendas do Dakar, o espanhol não precisaria mostrar mais nada para demonstrar o seu talento e suas qualidades como piloto. Nesse Dakar de 2022, obteve desempenhos consistentes entre os Top 30 (Conseguindo um Top 20, com o 19ºlugar na segunda especial). Completou o Dakar em uma digna 20ªposição e ajudando a Rieju a colocar 2 motos da marca entre os 20 primeiros colocados.

Antonio Maio: O português da Yamaha fez um trabalho bem decente, até se destacando em alguns momentos. Maio conseguiu 5 vezes chegar entre os Top 20 nas especiais e evoluiu 6 posições (Na Soma dos tempos) em relação ao ano passado, completando na 21ªposição.

Romain Dumontier: O francês de 33 anos estava fazendo uma estreia sem chamar muita a atenção. Até que no penúltimo estágio, Dumontier consegue uma incrível 8ªposição. Foi sem dúvida seu melhor momento na sua estreia. Se voltar ano que vem, esperamos que o francês possa ter condições de disputar posições mais a frente.

Jan Brabec: O piloto tcheco não teve muito destaque, mas teve sua melhor atuação, com, 3 especiais entre os 20 primeiros e foi o dono de uma belíssima imagem em uma das primeiras especiais do Dakar 2022.

Rui Gonçalves: O jovem piloto da Sherco foi para seu segundo ano e alternou atuações lindíssimas como a 4ªespecial, em uma excelente 3ªposição, ajudando a Sherco TVS a obter um dos melhores dias dele na história. No entanto, teve dias bem ruins, principalmente no 1ºestágio, com uma longínqua 70ªposição. Foram esses altos e baixo que fizeram Rui Gonçalves ficar longe de um bom resultado na soma dos tempos.

Bradley Cox: O Sul-africano mesmo com bons desempenhos acabou ofuscado por Mason Klein, da sua mesma equipe. Cox vinha entre os 20 primeiros na soma dos tempos, até que o resultado do 9ºestágio (84ªlugar) o jogou fora de uma classificação importante e impediu a dobradinha de novatos da equipe BAS Dakar (Cox foi o 3ºmelhor novato do Dakar de 2022).

Diego Gamaliel Llanos: Era outro novato que não esperava muito e teve desempenho modesto na primeira metade do Dakar, mas Llanos cresceu na segunda metade do evento e chegou no auge, com o 10ºlugar na última especial. O Argentino fechou o Dakar em uma boa 26ªposição na soma dos tempos.

Konrad Dąbrowski: O polonês fez um Dakar bem discreto e digno, conseguiu melhorar 1 posição em relação ao Dakar de 2021.

Arūnas Gelažninkas: Conquistou o Bicampeonato da Original by Motul, não com um desempenho espetacular, mas mesmo assim foi o suficiente para levar esse título importante para um piloto de moto privada.

Martin Michek: O piloto Tcheco fez um estupendo Dakar em 2021, o piloto da Orion MRG queria repetir esse desempenho ou pelo menos fazer um bom papel. Durante a maior parte do Dakar vinha muito bem, entre os 20 primeiros na soma dos tempos e com 3 especiais entre os 10 primeiros colocados. Porém, Michek viu tudo se perder na penúltima especial, com um resultado bem ruim que o jogou bem mais atrás. Um 36ºlugar muito frustrante para um piloto que esperava chegar nas cabeças em 2022.

Franco Picco: O italiano tem uma história no Dakar, foram 2 vice-campeonatos e muita história. Isso faz Picco não ter que provar mais nada, mas ele teve uma missão no Dakar 2022: Desenvolver a moto da Fantic. Como foi o único piloto da marca, as pretensões eram apenas chegar ao final do Dakar. Missão dada a Picco e cumprida com êxito, mesmo com uma modesta posição 72.

Danilo Petrucci: Vindo direito da MotoGP, Danilo Petrucci passou por uma odisseia para chegar e disputar o Dakar 2022. Acabou sendo roubado, teve Covid 19 o que poderia acabar com seu sonho de Disputar esse Dakar. Sua participação foi confirmada na última hora e o piloto da Tech 3 foi para a luta. Logo na segunda especial, um problema acaba tirando de qualquer disputa por uma boa posição na categoria geral.
Mas Petrucci teve seu grande momento no Dakar, ao vencer a 5ªespecial, numa exibição brilhante. Danilo Petrucci se tornou o primeiro piloto que correu na MotoGP que venceu uma especial no Dakar. Um feito que já marca a sua história no Dakar definitivamente.

Kevin Benavides: O Argentino, vencedor do Dakar de 2021 com a moto da Honda, foi a grande aposta para a KTM recuperar a coroa do Dakar. Porém, não parece ter se casado com a moto austríaca, mesmo disputando as primeiras posições em praticamente todos os estágios e com condições de conquistar o bicampeonato. Kevin não parecia ser o melhor piloto do Dakar e acabou não sendo esse melhor piloto de 2022.

O que acaba com as chances do argentino foi uma desastrosa 123ªposição no 10ºestágio que o jogou para fora da disputa. Ainda assim, seguiu em frente e conquistou sua 1ª e única vitória em uma especial (Na 11ªespecial). Sua campanha acabou sendo de 1 vitória, 2 vezes na segunda posição, mais uma vez na terceira posição. Foram 6 resultados no Top 10, Sem o desastroso 10ºestágio, Kevin teria um resultado entre os Top 10, quem sabe entre os Top 5. Seria muito bem colocado na soma dos tempos, mas não iria vencer o Dakar de 2022.

Harith Noah Koitha Veettil: O piloto indiano vinha em um Dakar bem decente, caminhando um Top 30 na soma dos tempos, mas também acabou perdendo tudo na 10ªespecial, com problemas na sua Moto. Ainda assim, Veettil conseguiu um Top 20 em especiais (na 18ªposição no penúltimo estágio).

Ross Branch: O Botsuano tinha tudo para fazer seu melhor Dakar. Ross vinha indo bem, entre os 10 primeiros colocados. A se destacar uma segunda posição na 5ªespecial. Porém, um acidente acabou com as suas chances no Dakar. Branch abandonou a competição depois da 8ªespecial. Poderia chegar tranquilamente entre os 10 primeiros colocados na soma dos tempos.

Daniel Sanders: Um jovem e rápido piloto australiano. Em 2022, tinha uma grande equipe nas mãos e uma moto rápida para disputar o título do Dakar. O 4ºcolocado do Dakar 2021 era um dos favoritos ao título do Dakar 2022. Na primeira parte do Dakar, 2 vitórias e 3ºcolocado na geral. Estava dando tudo certinho para o Australiano, mas um fortíssimo gravíssimo na 7ªespecial. Um fim prematuro para Sanders, sem o acidente, seria um sério candidato a vitória.

Skyler Howes: O piloto norte-americano era uma das esperanças da Husqvarna no Dakar 2022. Pelos desempenhos muito bons nos primeiros estágios ele seria o único piloto da marca sueca na disputa pelas 10 primeiras posições, nas especiais e na geral. Porém, Howes que ficou na 5ªposição em 2021 (Com uma moto privada) acabou deixando a disputa após a 5ªespecial.

Equipes no Dakar:

Gas Gas: Foi o primeiro Dakar da marca com a direção do grupo KTM e pela primeira vez com uma equipe competitiva para disputar o título. Com 2 pilotos fortes, sendo um campeão e um jovem e potencial campeão do Dakar no futuro.

O Dakar para os dois foi brilhante. Daniel Sanders fez um brilhante trabalho na primeira parte do Rally. Com o abandono do australiano, Sunderland passou a ser o único piloto da marca espanhola. O britânico acabou usando da regularidade para conquistar o título do Dakar 2022. Um grande feito para uma das marcas do Grupo KTM. Foi o primeiro campeonato da marca espanhola na história do Dakar.

Honda: Em busca do tricampeonato seguido, a Honda acabou contratando uma grande recomposição, o chileno Pablo Quintanilla que chegou da equipe Husqvarna. Além de ter no seu plantel, os pilotos Ricky Brabec, campeão de 2020, Jose Ignacio Cornejo e Joan Barreda Bort, um dos maiores vencedores em especial do Dakar.

Os pilotos da marca japonesa fizeram um belo trabalho, principalmente Pablo Quintanilla que lutou até o final pelo título do Dakar. Infelizmente o grande reforço para o Dakar desse ano acabou ficando com o vice-campeonato. Dessa forma, a Honda perdeu a chance e conquistar o tricampeonato.

Os 4 pilotos da Honda completaram o Dakar entre os 10 primeiros colocados. Além do vice-campeonato de Quintanilla tivemos  Joan Barreda Bort na 5ªposição, Jose Ignacio Cornejo em 6º e Ricky Brabec em 7ºlugar. Nada mal para a fábrica de Soichiro Honda, apesar de perder o tri-campeonato.

KTM: Após 19 títulos seguidos, a marca austríaca estava com fome para levar o campeonato de novo, para isso buscou um peso de ouro para tentar a conquista. O argentino Kevin Benavides foi essa peça para tentar esse triunfo. A equipe oficial tinha como pilotos: o austríaco Matthias Walkner e do australiano Toby Price. Além disso, tinha o consistente eslovaco Stefan Svitko e outras motos de equipes privadas. Essas sempre vinha um ou outro piloto para apontar entre os grandes.

Em 2022, a Fábrica austríaca não conseguiu de novo seu objetivo. Kevin Benavides não teve um casamento prefeito com a marca e acabou devendo as expectativas. Já Toby Price deixou a desejar e quase ficou de fora dos Top 10. O único que chegou perto de ser o campeão foi Walkner, chegando na 3ªposição, com quase 7 minutos de atraso para Sanders.

Entre os pilotos privados, Mason Klein e Stefan Svitko foram os melhores e ficaram em boas posições no Dakar. A BAS Dakar revelou Klein como uma boa revelação para ser um futuro piloto da equipe oficial. A KTM também levou o título da Original by Motul com Arūnas Gelažninkas (bi-campeão). Apesar de tudo, o saldo do Dakar 2022 ainda foi bem positivo para a marca austríaca.

Yamaha: A Yamaha precisava de uma grande recuperação, devido aos patéticos resultados em 2021. Para isso, a marca manteve o francês Adrien Van Beveren como o principal piloto da fábrica. O norte-americano Andrew Short, o Português Antonio Maio e o Botsuano Ross Branch eram o esquadrão para devolver a marca aos primeiros lugares.

Missão essa que acabou sendo bem sucedida, Quase com o campeonato para Van Beveren que estava na liderança da soma dos tempos até o finalzinho, mas o francês acabou perdendo tempo nas 2 últimas especiais e a Yamaha perdeu um pódio encaminhado. Andrew Short acabou a soma dos tempos entre os Top 10. Maio melhorou sua posição em relação ao ano passado.

Foram 2 motos entre os 10 primeiros colocados, mas poderiam ter sido 3 motos da fábrica, caso Ross Branch não tivesse tido problemas e não tivesse abandonado o Rally. Redimiram-se bem, mas faltou um pouco mais para levarem o caneco.

Sherco TVS: A Marca franco-espanhola que teve um desempenho histórico em 2021 queria melhorar essa marca para 2022. Apesar de apenas 3 motos na disputa, os três pilotos mostravam que poderiam incomodar. Principalmente o espanhol Lorenzo Santolino, 6ºcolocado em 2021.

Apesar de boas especiais e principalmente um grande resultado em uma delas (Onde colocou Rui Gonçalves e Santolino na 3ª e 4ªposições) que acabou sendo uma dos melhores dias da Sherco no Dakar. Infelizmente, os resultados de 2021 não se repetiram. Uma punição tirou o certo Top 10 de Santolino. Rui Gonçalves e principalmente o indiano Harith Noah Koitha Veettil tiveram problemas que impossibilitaram os dois de obterem melhores resultados. Uma pena, pois desempenho, os três pilotos e a equipe mostraram em 2022.

Hero: A Fábrica indiana teve seu plantel reduzido para 2022, com apenas 2 motos no grid. Sendo que um dos pilotos titulares e uma aposta da fábrica para esse ano, Franco Caimi não pode disputar o Dakar por causa de lesão. O substituto da equipe foi o sul-africano Aaron Hare, um estreante que seria companheiro de equipe de Joaquim Gonçalves, o principal piloto da fábrica. O alemão Sebastian Buhler também ficou de fora, por causa fraturas no fémur e no pulso.

Há de se falar, apesar do resultado final não mostrar grandes desempenhos, a Hero tem motivos para comemorar. Nas mãos de Joaquim Rodrigues, a marca conquistou a primeira vitória em uma especial. Como são as coisas, dois anos atrás, a equipe lamentava a morte de Paulo Gonçalves. Dois anos depois, através do seu cunhado, eles venceram pela primeira vez. Tanto Joaquim como Hare conseguiram manter a Hero entre os 20 primeiros colocados, um resultado bom. Além disso, uma boa estreia para Hare, o sul-africano mostra ter um futuro promissor.

Husqvarna: A maior decepção do Dakar 2022 fica para a marca sueca que deu uma bela investida no norte-americano Skyler Howes para pilotar uma das suas motos. Esse investimento estava na cara que daria certo. Howes foi o único da fábrica que iria disputar o título, mas acabou deixando o Rally no 5ºestágio.

A partir dai, a Husqvarna foi uma coadjuvante na disputa,  com alguns lampejos de bons resultados com o argentino Luciano Benavides, o melhor colocado na soma dos tempos, na 13ªposição. 2 posições atrás, ficou o francês Xavier de Soultrait, em uma apresentação totalmente apagada e sem destaque algum. A única notícia boa foi o ótimo trabalho de Maciej Giemza, levando a Husqvarna privada da Orlen a 17ªposição, com desempenho bem superior aos pilotos oficiais da fábrica.

Foi um ano para os suecos esquecerem, agora é pensar na volta por cima em 2023.

Rieju: A marca não tinha grandes pretensões para esse Dakar, é mais um braço do Grupo KTM, mas ainda tem um longo caminho para andar no caminho das vitórias. Daniel Nosiglia e Joan Pedrero Garcia eram os dois principais nomes da equipe para o Rally desse ano e ambos conquistaram os melhores resultados da fábrica e ficaram entre os 20 primeiros colocados.

Além disso, tiveram o chileno Patricio Cabrera e o espanhol Marc Calmet como pilotos da marca, mas em posições bem mais modestas.

Texto: Deivison da Conceição da Silva
Fotos: Dakar

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