Dakar 2022 – Avaliação da categoria Caminhões

O domínio total da Kamaz.

Estou acompanhando o Dakar desde de 2014, e eu nunca vi um domínio tão avassalador de uma marca como vimos com a Kamaz, vencedora de todas as especiais e dominadora das 4 primeiras posições na classificação geral, com Dmitry Sotnikov campeão e Eduard Nikolaev como vice-campeão. Os dois disputaram pau a pau pelo campeonato, a diferença entre os dois foi de 9 minutos e 58 segundos. Quem completando o pódio foi Anton Shibalov, a mais de 1 hora do vencedor.

O maior desafio ficou com Andrew Karginov, que acabou tendo um dia de problemas em uma das especiais, perdendo mais de 1 hora e meia para os demais pilotos da Kamaz. Isso deu esperança para o resto do mundo de pelo menos pegar a 4ªposição, mas com o decorrer das especiais, o Karginov acabou se recuperando brilhantemente e antes das últimas especiais já estava reconduzido para a 4ªposição.

Nesse Dakar, ninguém conseguiu chegar perto de bater o quarteto de pilotos russos e da também russa equipe Kamaz. O segredo esta também em um equipamento incrivelmente vencedor, com mais de 1.050 cavalos de potência para movimentar mais de 8 toneladas e mais de 100 litros de combustível. Parece muito, mas para esses caminhões, tem que ser muito combustível e muita potência para fazer esses caminhões andarem sobre o deserto.

A concorrência não foi páreo para a Kamaz. Os caminhões da Iveco não chegaram nem perto, o melhor deles foi Janus Van Kasteren, que ficou a 3 horas dos vencedores. Depois, vieram nessa ordem: Martin Van Den Brink, Martin Macik, Victor Willem Corne Versteijein, Richard de Groot, Mitchel van den Brink e Ben Van De Laar. Todos eles usando caminhões da Iveco e ficaram longe dos russos.

O mais promissor dos caminhões adversários foi o Praga comandado pelo tcheco Ales Loprais, que tinha condições até mesmo de furar o domínio dos Kamaz, mas acabou perdendo muito tempo, com problemas em algumas especiais, o que botou tudo a perder para Loprais e sua equipe. Ignacio Casale também fez um bom papel, mas assim como Loprais, acabou sendo vitima dos problemas mecânicos e acabou sem qualquer possibilidade de um bom resultado.

A MAZ não participou do Dakar de 2022 por motivos políticos, uma pena, pois poderia ser uma adversária a altura dos russos. A empresa é uma estatal bielorrussa que sofre diversas sanções importas pela União Europeia.  Por isso é que não tivemos os caminhões vermelhos. Claro que essa saída forçada da equipe acabou por facilitar a vida do esquadrão russo. Só espero que em 2023 tenhamos mais competição, que não se tenha sanções a uma marca e que outras marcas melhorem para não deixarem a Kamaz continuar a nadar de braçadas.

Texto: Deivison da Conceição da Silva
Fotos: Dakar

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