Motores

Hamilton ficou na frente nos dois treinos livres do dia, mas por trocar um componente do motor e sofrer uma penalização de 10 posições pode complicar uma possível disputa pela vitória. Verstappen tem a chance de retornar a liderança do Mundial, mas não andou muito bem na segunda sessão.

A surpresa foi Charles Leclerc da Ferrari que marcou o segundo melhor tempo da sessão da tarde. A Ferrari pode incomodar e até mesmo ser a surpresa do final de semana, mesmo com Carlos Sainz jr. sendo punido por trocar o motor. Porém, não se deve descartar a Mclaren, após as últimas duas corridas (vitória em Monza e pole em Sochi). Norris andou muito mais que Ricciardo nas sessões.

Resultado dos treinos livres de Sexta-feira

1ºTreino Livre

pos	nº	piloto	equipe	chassis	motor	Tempo	nº de Voltas
1	44	Lewis Hamilton	Mercedes-AMG Petronas F1 Team	F1 W12	Mercedes-AMG F1 M12	1:24.178	26
2	33	Max Verstappen	Red Bull Racing Honda	RB16B	Honda RA621H	1:24.603	24
3	16	Charles Leclerc	Scuderia Ferrari Mission Winnow	SF21	Ferrari 065/6	1:24.654	27
4	77	Valtteri Bottas	Mercedes-AMG Petronas F1 Team	F1 W12	Mercedes-AMG F1 M12	1:24.842	28
5	55	Carlos Sainz	Scuderia Ferrari Mission Winnow	SF21	Ferrari 065/6	1:24.860	25
6	31	Esteban Ocon	Alpine F1 Team	A521	Renault E-Tech 20B	1:24.909	30
7	4	Lando Norris	McLaren F1 Team	MCL35M	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.347	26
8	10	Pierre Gasly	Scuderia AlphaTauri Honda	AT02	Honda RA621H	1:25.382	30
9	14	Fernando Alonso	Alpine F1 Team	A521	Renault E-Tech 20B	1:25.383	26
10	11	Sergio Perez	Red Bull Racing Honda	RB16B	Honda RA621H	1:25.459	24
11	63	George Russell	Williams Racing	FW43B	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.685	25
12	3	Daniel Ricciardo	McLaren F1 Team	MCL35M	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.750	26
13	5	Sebastian Vettel	Aston Martin Cognizant F1 Team	AMR21	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.810	26
14	99	Antonio Giovinazzi	Alfa Romeo Racing Orlen	C41	Ferrari 065/6	1:25.813	24
15	6	Nicholas Latifi	Williams Racing	FW43B	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.863	28
16	7	Kimi Räikkönen	Alfa Romeo Racing Orlen	C41	Ferrari 065/6	1:25.933	24
17	18	Lance Stroll	Aston Martin Cognizant F1 Team	AMR21	Mercedes-AMG F1 M12	1:26.361	29
18	22	Yuki Tsunoda	Scuderia AlphaTauri Honda	AT02	Honda RA621H	1:26.424	28
19	47	Mick Schumacher	Uralkali Haas F1 Team	VF-21	Ferrari 065/6	1:26.636	25
20	9	Nikita Mazepin	Uralkali Haas F1 Team	VF-21	Ferrari 065/6	1:27.019	28

2ºTreino Livre

pos	nº	piloto	equipe	chassis	motor	Tempo	nº de Voltas
1	44	Lewis Hamilton	Mercedes-AMG Petronas F1 Team	F1 W12	Mercedes-AMG F1 M12	1:23.804	30
2	16	Charles Leclerc	Scuderia Ferrari Mission Winnow	SF21	Ferrari 065/6	1:23.970	29
3	77	Valtteri Bottas	Mercedes-AMG Petronas F1 Team	F1 W12	Mercedes-AMG F1 M12	1:24.214	31
4	11	Sergio Perez	Red Bull Racing Honda	RB16B	Honda RA621H	1:24.373	28
5	33	Max Verstappen	Red Bull Racing Honda	RB16B	Honda RA621H	1:24.439	27
6	4	Lando Norris	McLaren F1 Team	MCL35M	Mercedes-AMG F1 M12	1:24.525	24
7	14	Fernando Alonso	Alpine F1 Team	A521	Renault E-Tech 20B	1:24.660	21
8	31	Esteban Ocon	Alpine F1 Team	A521	Renault E-Tech 20B	1:24.672	26
9	10	Pierre Gasly	Scuderia AlphaTauri Honda	AT02	Honda RA621H	1:24.756	32
10	99	Antonio Giovinazzi	Alfa Romeo Racing Orlen	C41	Ferrari 065/6	1:24.796	29
11	22	Yuki Tsunoda	Scuderia AlphaTauri Honda	AT02	Honda RA621H	1:24.882	30
12	55	Carlos Sainz	Scuderia Ferrari Mission Winnow	SF21	Ferrari 065/6	1:24.903	34
13	18	Lance Stroll	Aston Martin Cognizant F1 Team	AMR21	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.020	31
14	3	Daniel Ricciardo	McLaren F1 Team	MCL35M	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.060	23
15	7	Kimi Räikkönen	Alfa Romeo Racing Orlen	C41	Ferrari 065/6	1:25.143	27
16	5	Sebastian Vettel	Aston Martin Cognizant F1 Team	AMR21	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.229	30
17	6	Nicholas Latifi	Williams Racing	FW43B	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.307	30
18	63	George Russell	Williams Racing	FW43B	Mercedes-AMG F1 M12	1:25.358	29
19	47	Mick Schumacher	Uralkali Haas F1 Team	VF-21	Ferrari 065/6	1:25.480	26
20	9	Nikita Mazepin	Uralkali Haas F1 Team	VF-21	Ferrari 065/6	1:25.698	25

Fotos da Sexta-feira:

Vamos a partir de hoje falar de alguns fatores que acabaram por afundar a Formula 1. Porque da categoria tem tão pouca diversidade de motores, porque tem poucas equipes e porque temos na grande maioria dos casos resultados tão previsíveis, sem uma perspectiva de que a situação melhore com a Libery Média.

Para começar, vamos falar de Motores… A escassez de fábricas e o custo dos motores para mim é um dos fatores que estão matando a Formula 1. Com a obrigação do motor ser de 6 Cilindros, ter componentes que juntos se chamam a mal fardada “Unidade de Potência”. Que chegam a custar a fortuna de mais de 5 milhões de Dólares.

Os custos de um carro de Formula 1 em 2002 era de 165 milhões de Dólares, sendo que motor custava 265.500 dólares por unidade. A duração desses motores era de 400 km no máximo, como eram utilizados em média uns 100 motores por ano, os custos iram até 31,5 milhões de dólares, isso numa equipe grande. Uma equipe menor gastava uns 60 motores e uns 20 milhões de dólares no máximo.

Depois, se conseguiu que a durabilidade desses motores fosse maior, pelo menos uns 600 a 800 km e os custos diminuíram um pouco. A adoção dos motores V8 era uma boa alternativa para as equipes terem um motor acessível para a temporada inteira. Os custos acabaram sendo mais barateados.

Mais ai, veio a era hibrida e que poderia ser uma era melhor para a Formula 1 acabou sendo o fundo do abismo para as equipes menores. O custo dos motores aumentou, cada unidade que durava mais de 2 mil km acabou subindo para mais de 3 milhões de dólares por unidade. Isso limitou demais o orçamento das pequenas equipes, que são obrigados a pagar o motor e se privar de desenvolver o carro ou buscar um piloto ou dois que pague pela ou pelas vagas e permita algum desenvolvimento durante a temporada.

Hoje, a complexidade da unidade de potência acabou por afastar novas fabricantes de motores a ingressarem na categoria.

Nos anos 90 estavam no campeonato os seguintes motores:

motor	Periodo
Honda	1990-1992
Ferrari	1990-1999
Renault	1990-1997
Ford	1990-1999
Judd	1990-1992
Lamborghini	1990-1993
Life	1990
Subaru	1990
Yamaha	1991-1997
Porsche	1991
Ilmor	1991-1994
Mugen Honda	1992-1999
Hart	1993-1997
Sauber	1993
Pegueot	1994-1999
Mercedes	1994-1999
Petronas	1997-1999
Arrows	1998-1999
Playlife	1998-1997
Mecachrome	1998
Supertec	1999

A Minardi-Asiatech foi a última tentativa de uma fabrica mais modesta de fazer sucesso na Formula 1.

Nos anos 2000 estavam no campeonato

motor	Periodo
Ferrari	2000-2009
Mercedes	2000-2009
BMW	2000-2009
Playlife	2000
Honda	2000-2008
Mugen Honda	2000
Supertec	2000
Ford Cosworth	2000-2006
Fondmetal	2000
Petronas	2000-2004
Asiatech	2001-2002
Renault	2001-2009
European	2001
Acer	2001
Toyota	2002-2009

Nos anos 2010 estavam no campeonato

motor	Periodo
Mercedes	2010-2020
Ferrari	2010-2020
Renault	2010-2020
Cosworth	2010-2013
Honda	2014-2019
TAG Heuer	2016-2018

Nessa década de 2020 tempos esses motores: Mercedes, Ferrari, Renault e Honda. Uma nova marca de motores entrar na Formula 1 é crucial para a categoria dar uma revigorada na sua história. Também seria fundamental que o motor seja simplificado e que seja liberado o número de cilindros que a as fábricas fazerem os motores com o número de cilindros que desejarem. Por si só, já chamaria a atenção para algumas fábricas ficarem interessadas em uma volta a Formula 1.

O fator da sustentabilidade e dos combustíveis mais sustentáveis como os biocombustíveis e até mesmo dos motores elétricos pode ajudar ou até mesmo inibir a entrada de novas montadoras. O Exemplo é a Honda que decidiu sair no final dessa temporada para se concentrar suas energias para desenvolvimento para formas alternativas de energias, com o objetivo de neutralidade de carbono até o ano de 2050.

Claro que o motor não é o único fator para o esvaziamento do grid, tem outros fatores que contribuíram e contribuem para que isso aconteça, Um exemplo disso é a absurda taxa de inscrição de 200 milhões de dólares para entrar uma nova equipe na categoria… Isso é que vamos falar no próximo texto de como a Formula 1 vai voltar aos seus tempos de gloria.

Texto: Deivison da Conceição da Silva
Fotos: Formel1mic/Mercedes/Red Bull/Mclaren/Aston Martin/Alpine/Alpha Tauri/Alfa Romeo/Haas/Williams

Honda não vai ficar na Formula 1 a partir de 2022. Apesar do sucesso das últimas 2 temporadas com Red Bull e a Alpha Tauri (Antiga Toro Rosso), a montadora Japonesa decidiu deixar a categoria ao final da temporada de 2021, com o objetivo de produção de novas tecnologias para neutralizar a emissão de carbono até o ano de 2050. Uma decisão que pegou a todos de surpresa, assim como foi na temporada de 2008 quando a Honda anunciou a retirada da sua equipe da Formula 1, Nesse caso era por causa da crise Mundial provocada no final daquele ano. Dessa vez a Honda esta deixando a categoria por questões de sustentabilidade.

Com a saída da Honda, só restarão 3 fábricas de motores a partir da temporada de 2022, caso a Red Bull não aceite a estrutura de produção de motores da Honda, para fabricar seus próprios motores, a formula 1 vai ficar em uma situação extremamente critica em relação a esse item. Com apenas Ferrari, Renault e Mercedes fornecendo suas unidades de potência nunca tivemos a categoria com tão poucas opções de motores, com exceção dos anos 60 e 70 onde a Ford Cosworth era a fornecedora da maioria das equipes. Nos anos 80 e 90 tivemos a entrada de várias marcas de motores na categoria, incluindo as fabricas independentes como a Hart e o Judd.

Desde de 2010 a Formula 1 sofre com a escassez de motores. Com a saída de Toyota, BMW e Honda acabaram ficando a Ferrari, Renault, Mercedes e a Cosworth. Em 2013 saiu a Cosworth e em 2015 entrou a Honda como fornecedora de motores para a Mclaren. Após 3 anos de fracassos, a Mclaren e a Honda se separaram e a fábrica japonesa passou a fornecer motor para a Toro Rosso na temporada de 2018, apesar do primeiro ano apagado, o 4ºlugar de Pierre Gasly no Barhein e a evolução do motor durante essa temporada convenceu a Red Bull a usar os motores japoneses.

A Parceria Red Bull-Honda deu a equipe 4 vitórias (todas elas com o Verstappen) e 1 vitória da Alpha Tauri, com o francês Pierre Gasly no GP da Itália desse ano.

A crise dos motores da Formula 1 infelizmente acontece devido aos enormes custos dos novos motores da Formula 1. Uma unidade de potência chega a custar 4 milhões de dólares. Antigamente os motores chegavam a 300 mil reais por unidade.

Opinião:

O fato da Honda deixar a categoria é preocupante, mais ainda quando a não se tem alguma outra fabricante para substituir. Eu me arrisco a dizer que a era das novas unidades de potência acabaram sendo um grande e completo fracasso. Se eu fosse a FIA, eu iria rever essa regra é em um processo mais radical, poderia voltar os motores aspirados de V8 ou até mesmo os V10. Eu não vejo nenhum problema, seriam motores mais baratos para as equipes menores e não acho improvável que esses motores possam alcançar a potência de um motor turbo.

Por excesso de tecnologia, a Formula 1 pode viver uma era de escassez de motores. Isso pode levar a comprometer o nível das corridas por muitas temporadas. Agora é o momento da Liberty Media parar de pressionar o governo a construir o desnecessário circuito no Rio de Janeiro. Se realmente se importa com o espetáculo, que se mexa no regulamento dos motores para ter mais marcas de motores nos próximos anos.

Texto: Deivison da Conceição da Silva
Fotos: Mclaren/Red Bull/F1-Gears/BestLap

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