Avaliação dos Pilotos – Dakar 2017 – Categoria Carros

Stephane Peterhansel (França)/Jean Paul Cottret (França)

Mais uma vez o mito venceu o Dakar. Em 2017 foi um campeonato suado, bem difícil e diante do mito dos Rally do WRC o Francês Sebastien Loeb. Aos 51 anos de idade com um fôlego de um piloto de 20 anos começou os dois primeiros dias com resultados fora da curva com um 12º (Em um estágio curtíssimo) e um 7º na 2ªEtapa, Mas depois disso ele mostrou porque ele é o cara nesse Rally.

Com 3 Vitórias e momentos decisivos fizeram Peterhansel e Jean Paul Cottret consegue o campeonato, Em um duelo particular com o Sebastien Loeb e Daniel Elena. Líder do 5º até o 7º estágio. Perdeu a liderança na 8ªEtapa e recuperou nas 3 últimas especiais e com uma diferença de 5 minutos e 13 segundos sobre o mito do WRC acabou resultado para o 13ºCampeonato da Lenda do Dakar. Vamos aproveitando esses momentos aonde temos uma lenda nas pistas correndo. São Momentos que devemos curtir e se deliciar com o que esse francês faz e esperamos que ele fique mais uns 10 anos disputando o Dakar.

Sebastien Loeb (França)/Daniel Elena (Mônaco)

O Mito do WRC foi sem dúvida o adversário ideal para Peterhansel, Um duro adversário que vendeu bem caro a vitória no Dakar. Junto de seu copiloto o Monegasco Daniel Elena o Francês Sebastien Loeb começou muito bem e liderou no segundo e no terceiro dia, Perdeu a liderança no quarto dia e ficou de fora da liderança por 3 etapas até recuperar a ponta na 8ªEtapa, Mas sempre o Francês estava tendo em sua cola Stephan Peterhansel que recuperou a liderança na reta final do Dakar. Mesmo vencendo as 2 últimas especiais Loeb e Elena não conseguiram impedir o campeonato do Mito, Mas Loeb tem agora um importante resultado incluído em seu currículo já vencedor com o vice-campeonato do Dakar usando todo o potencial do Pegueot 3008 DKR.

Cyril Despres (França)/David Castera (França)

Em seu terceiro ano nos carros Despres que é para mim e outras pessoas odiado pela falta de cooperação em não ter ajudado um piloto em 2012, Acabou por fazer seu melhor Dakar desde da passagem das Motos para os Carros. Junto de David Castela que forma parceria em seu segundo ano seguido e com mais experiência nos carros e a bordo do melhor equipamento da competição fez bons estágios conseguindo vencer sua primeira especial e até mesmo assumir a liderança do evento (tudo isso no 4ºEstágio) . O que foi um espanto já que Despres não esta nem aos pés de Peterhansel, Loeb e Carlos Sainz apesar dos títulos nas motos.

Só que depois com Loeb e Peterhansel mostrando todo o seu potencial acabou o piloto de 42 anos voltando ao seu lugar. Não tinha patamar para ser campeão e acabou levando um calor do Nani Roma e do Alex Haro Bravo até o finalzinho quando com os problemas dos pilotos da Toyota acabaram por garantir eles ao primeiro pódio na carreira em 4 rodas. Se ele vai ser campeão na geral um dia como ele foi nas motos? Eu acho bem difícil ele chegar lá pois não vejo ele no nível de ser um campeão. Nos carros eu acho ele um piloto muito nota 7.

Nani Roma (Espanha)/Alex Haro Bravo (Espanha)

Campeão das Motos em 2004 e 10 anos depois campeão pela Mini em 2014. Dessa vez com o Toyota e pela segunda vez com o Alex Haro Bravo como seu copiloto foi em busca do título. Roma fez um bom Dakar e competitivo e apesar de ficar perto das Pegueot na primeira parte do Dakar, Mas depois acabou sucumbindo ao poderio das Pegueot e também nas 3 últimas especiais perdeu muito tempo e tudo que ele poderia fazer era manter o 4ºlugar. Sendo o melhor piloto da Toyota no Dakar. Em todas as corridas ficou entre os 10 primeiros nos estágios e também ficou entre os 5 primeiros colocados na geral. Nada mal para ele, Mas para um campeão do Dakar tanto nas motos como nos carros dá a sensação para ele de que foi pouco ficar em 4ºna geral. (Sensação que depois ele não vai ter, Pois fez um belo Dakar) Mesmo com os carros da Pegueot sendo mais fortes do que os Toyota.

Giniel de Villiers (África do Sul)/Dirk von Zitzewitz (Alemanha)

Em busca de seu primeiro título no Dakar a Dupla Giniel de Villiers da África do Sul e Dirk von Zitzewitz da Alemanha completaram mais uma vez o evento entre os 5 primeiros colocados, Mas isso não foi o bastante para levar o título para casa. Não que eles tiveram grandes deslizes, Mas também não conseguiram desempenho ou rendimento o bastante para tirar da Pegueot esse campeonato. Ficaram 9 vezes entre os 10 primeiros nas especiais (Sendo duas vezes em terceiro lugar que foi o melhor resultado) e acabou se colocando em todos os dias entre os 10 primeiros na geral.

Ao final do Dakar a dupla ficou em 5ºlugar sendo o 2º de Toyota com apenas 3 minutos de vantagem para Terranova/Schulz segurando pela 7 edição seguida um lugar entre os 5 primeiros colocados.

Orlando Terranova (Argentina)/Andreas Schulz (Alemanha)

O Argentino Orlando Terranova junto do copiloto Bicampeão do Dakar Andreas Schulz representaram a Mini com um bom desempenho que foi na crescente no decorrer do Dakar. Tirando as 2 primeiras etapas  Terranova ficou entre os 10 primeiros no estágio até o final sendo o 3ºlugar no penúltimo dia como o melhor resultado. Durante o Dakar o Argentino Terranova com seu mini estava estável em 7ºlugar até que no final (10ºEstágio) com os problemas de Mikko Hirvonen com o Principal Mini da prova acabou fazendo de Orlando Terranova e de Andreas Schulz em 6ºlugar a 3 minutos do 5ºColocado. Festa para os argentinos que viram seu principal piloto do Dakar nos carros pegar um lugar entre os 10 primeiros colocados.

Jakub Przygonski (Polônia)/Tom Colsoul (Bélgica)

Mesmo com o 7ºlugar na geral o Polonês Jakub Przygonski com seu copiloto Tom Colsoul teve um Dakar que não impressionou nos resultados. Tanto é que ficou várias etapas fora dos 10 primeiros colocados e conseguiu manter posicionamento entre os Top 10 da geral pela regularidade que foi seu ponto forte (Apesar de um 27ºlugar na 10ªEspecial  que foi seu pior resultado). E foi assim até o final chegando em uma posição respeitável com o Mini a 4 horas de Peterhansel e Cottret que foram os campeões do Dakar.

Romain Dumas (França)/Alain Guehennec (França)

O Francês Dumas em seu terceiro Dakar teve o seu melhor desempenho, Aos 38 anos Dumas Junto do experiente copiloto Alain Guehennec de 62 anos e com um Pegueot de equipe privada (Da própria equipe que leva as iniciais de seu nome) fazendo um Rally sem impressionar muito, Mas teve eficiência. Dumas e Guehennec teve um belo momento com o 5ºlugar no 5ºestágio. No outro lado da moeda acabou fazendo um dos grandes micos do Dakar apostando em uma manobra que tinha tudo para dar errado e acabou dando errado comprometendo a etapa deles.

Mas tudo acabou certo para os franceses que levaram o primeiro carro privado da Pegueot ao final em 8ºlugar que acabou sendo o melhor resultado dos seus três Dakar que fez até hoje.

Conrad Rautenbach (Zimbábue)/Robert Howie (África do Sul)

O piloto de Zimbabué Conrad Rautenbach de 32 anos em sua estria no Dakar com um Toyota e tendo um experiente Copiloto o Sul-africano Robert Howie que ficou em 5ºlugar em 2016 sendo copiloto de outro piloto. A Dupla africana não teve muitos resultados significativos. Principalmente das primeiras etapas do Dakar.

Depois no 5ºEstágio com o 6ºlugar é que Rautenbach evoluiu e passou para os top 15 do geral e a partir dai foram mais 4 resultados entre os 10 primeiros colocados com destaque para o 5ºlugar na última etapa e com esse update acabou fazendo o Zimbábueano e o Sul-africano a chegar entre os 10 primeiros colocados. Para um primeiro Dakar de Conrad Rautenbach ele mandou bem.

Mohammed Abu-Issa (Qatar)/Xavier Panseri (França)

Após 3 anos de Quadriciclos o Qatari Mohammed Abu-Issa foi para os carros e com um Mini junto de Xavier Panseri que terminou o Dakar de 2015em 3ºlugar nos carros fez um Dakar decente e usou da regularidade para levar seu carro ao final do Dakar ao chegar ao termino do evento (Com um 12ºlugar em duas especiais como melhores resultados) Chegando em 10ºlugar por ser um piloto que não cometeu erros e foi regular. No que é muito bom para um estreante que ainda por cima é bem jovem. Abu Issa tem 26 anos podendo evoluir muito ainda na sua carreira.

Martin Prokop (República Tcheca)/Ilka Minor (Áustria)

Sem muita experiência e com um carro que não é um Pegueot, nem a Mini e Toyota. (Com uma Ford) O Martin Prokop em sua segunda participação e o copiloto o Estreante Ilka Minor fizeram um Dakar muito bom. Mesmo tendo um carro longe de ser competitivo que é o F150 Evo.

O Segredo disso foi a regularidade que tiveram em todas as etapas mantendo eles entre os 14º ao 16ºlugar na primeira parte. Na segunda parte com as quebras e os abandonos a dupla subiu e o seu ponto alto foram em 2 especiais que eles ficaram entre os 10 primeiros colocados em Etapa (9ºLugar na 10ªEspecial e 10ª na especial seguinte) Ao final do Dakar foram os melhor pilotos fora do Trio de Ferro formado pela Pegueot, Toyota e Mini chegando a 5 minutos de Abu-Issa e Panseri que tinham um carro de com mais condições do que o Ford do checo e do Austríaco.

Nicolas Fuchs (Peru)/Fernando Mussano (Argentina)

O Peruano Nicolas Fuchs e o Copiloto Argentino Fernando Mussano formaram a dupla Rookie do Dakar nos carros. Com um HRX da Ford  eles fizeram um Dakar muito legal. Crescendo de posição em cada etapa aonde eles viam favoritos caírem ou ficarem para trás. Na parte final se destacaram na 10ªEspecial aonde eles conseguiram um belíssimo 8ºlugar. Ao final do Dakar ficaram em 12ºlugar na frente de Hirvonen e de Perin por menos de 2 minutos o que deve ser uma Gloria para pilotos como eles que não pretendiam muita coisa para um Dakar de Estreia.

Mikko Hirvonen (Finlândia)/Michel Perin (França)

Após um Dakar muito bom em 2016 o Finlandês Mikko Hirvonen junto do experiente copiloto Michel Perin chegavam como os principais pilotos da Mini nesse Dakar. Em desempenho os pilotos não deixaram a desejar em nada, Tanto é que que ambos conseguiram até em certo momento colocar um Mini na disputa pela vitória na geral, Mas sem a força dos outros anos dessa vez ficou bem difícil para Hirvonen levar o carro para uma eventual disputa. Tanto é que que não conseguiram vencer uma especial em 2017.

Mas o que acabou comprometendo de vez o Dakar da Dupla Hirvonen/Perin foi quando no 10ºEstágio acabaram perdendo mais de 4 horas devido a uma manobra mal sucedida que deixou o carro deles em posição que não permitiu mais a eles saírem pelos próprios métodos. Com isso o 5ºlugar na Geral que estava praticamente certo acabou indo pelo Ralo jogando eles para o 15ºlugar. No final ainda conseguiram recuperar duas posições, mas o prejuízo já estava feito e o 13ºlugar na Geral acabou sendo um balde de água fria para o 15 vezes vencedor de corridas no WRC e o experiente navegador campeão do Dakar de 2014 com o Nani Roma.

Nasser Al-Attiyah (Qatar) / Matthieu Baumel (França)

Os Campeões de 2015 acabaram tendo um Dakar pra lá de problemático. Apesar da vitória na 1ªEspecial ele acabou com problemas. Um incêndio que poderia colocar tudo a perder e que acabou não tendo consequências para a prova seguinte aonde ele ficou em 2ºlugar. Mas os problemas apareceram na 3ªEspecial quando ele perdeu muito tempo ficando em 31ºlugar no Estágio e esses problemas acabaram por culminar no abandono do Dakar. Uma pena para o piloto e para a Toyota. Pois teria a possibilidade sim de vencer o evento mesmo com o Favoritismo da Pegueot.

Carlos Sainz (Espanha) / Lucas Cruz (Espanha)

O Velho Espanhol Carlos Sainz que foi campeão em 2010 do Dakar vinha como um dos favoritos ao campeonato junto de seu navegador Lucas Cruz. Ainda com a dor de no ano passado estarem com a possibilidade de título que escapou das mãos deles Sainz e Cruz foram com tudo e fizeram os 3 primeiros estágios de forma muito competitiva com um 4º, um 3º e um 2ºlugar o que colocavam eles na vice-liderança da Geral.

Mas de uma hora para outra tudo pode mudar e na 4ªEtapa de forma bem cruel para Sainz e Lucas Cruz que acabaram capotando várias e várias vezes, Um acidente que tirou o seu Pegueot 3008 DKR da prova que poderia levar os Espanhóis ao segundo campeonato do Dakar nos carros.

Eric Bernard (França) / Alexandre Vigneau (França)

O Piloto que já foi da Formula 1 aos 49 anos Eric Bernard que partiu para o seu 11ºDakar junto do jovem copiloto Alexandre Vigneau (Ambos Franceses) se aventuraram no Dakar com o Buggy BV2-1 que é praticamente um protótipo de carro. Mas conseguiram ter destaque principalmente no 5ºEstagio quando eles ficaram em um respeitoso 7ºlugar. E apesar de não ter um equipamento considerado de ponta eles vinham perto dos 10 primeiros colocados na geral.

Mas acabaram sofrendo um acidente no 8ºestágio acabou comprometendo a prova dos franceses. Bernard e Vigneau acabaram caindo 8 posições e não conseguiram recuperar o prejuízo a ponto de conseguirem se colocar pelo menos entre os 15 primeiros colocados. O 17ºlugar foi o melhor resultado de ambos o Dakar. Problemas o tiraram até da possibilidade de ficarem entre os 10 primeiros na geral.

Xavier Pons (Espanha) / Ruben Garcia (Argentina)

Muito frustante quando você tem um carro como é o Ford, Consegue um 2ºlugar no primeiro estágio e no dia seguinte tudo acaba para você no Dakar. Foi isso que aconteceu com Xavier Pons e Ruben Garcia que não tiveram mais o que mostrar com um abandono prematuro no segundo dia de competições.

Sylvio Barros (Brasil) / Rafael Capoani (Itália)

O único brasileiro na categoria carros junto do copiloto Rafael Capoani da Itália andando com um Mini fizeram um Dakar correto e chegaram a figurar em posições razoáveis a geral (Chegando ao 11ºlugar na geral após o 4ºdia de competições). Mas meio que eles perderam um pouco de desempenho em algumas etapas o que fez eles caírem na classificação geral. Mas completaram o evento entre os 20 primeiros colocados o que pode se dizer que foi algo bastante respeitável para quem se inscreveu de última hora já que na primeira lista que vi no começo de Fevereiro eles não constavam na lista de participantes.

Philippe Croizon (França) / Cedric Duple (França)

Para os pilotos vencer o desafio do terminarem o Dakar é muito difícil. Agora pense em alguém que não tem as pernas e os braços e é tetra amputado que poderia achar esse feito impossível. Para o Francês Philippe Croizon essa palavra não esta no dicionário. Só isso justifica o que ele fez, Conseguiu transformar um BMW em um carro adaptado para que ele pudesse dirigir esse carro que era guiado com um jostick hidráulico com o braço direito. Acelera, freia, vai para trás e vira com movimentos laterais. No outro Braço ele trocava as marchas.

Desde de quanto ele perdeu os 4 membros quando sofreu um acidente até de certo modo banal (Levou um choque quando reparava a antena da sua casa) Com isso tiveram que amputar todos os 4 membros. Mas dai ele teve forças para encontrar no esporte um motivo muito forte para viver. Atravessou o Canal da Mancha e os todos os estreitos dos 5 continentes.

Nesse Dakar Croizon ao lado de Cedric Duple conseguiu seu objetivo com sucesso que foi terminar o Dakar (Fechou o Dakar em 49ºlugar a 52 horas dos campeões). Num mundo aonde agente ver pessoas se alto limitando e o ódio crescendo em todos os lugares o que esse francês acabou fazendo acaba por colocar todos nós para refletir no o que estamos fazendo aqui. Para mim um dos grandes vencedores desse Dakar em 2017 e um vencedor na Vida.

Ariel Jaton (Argentina) / German Rolon (Argentina)

Através de um carro ecológico que não usa combustível e sim bateria para correr os Argentinos Ariel Jaton e German Rolon apesar de todos os problemas da nova tecnologia conseguiram levar o EcoPowered Acciona até o final com desempenhos bem longe dos favoritos. Chegaram um dia nao competirem, Mas conseguiram voltar a prova e terminarem a competição chegando em 60ºlugar (último dos que terminaram o Dakar) a mais de 83 horas dos campeões Peterhansel e Cottret e a mais de 4 horas de Graziano Scandola e Giammarco Fossa que foram os penúltimos do Dakar de 2017. O melhor resultado deles em estágio foi um 51ºlugar no segundo dia.

O que ainda podemos dizer é que esse carro sofre de problemas de infância do seu projeto e que pode sim um carro 100% elétrico ser o futuro do automobilismo, Mas por agora sofre por revés de desempenho e de problemas. Mesmo assim essa foi a primeira vez que o carro terminou um Dakar e isso deve sim ser comemorado.

Texto: Deivison da Conceição da Silva
Fotos: Dakar / Le Journal Dessables / estaticos.efe.com / motor.es / El Comercio (Peru) / Multi Desportos

 

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